Morro do Camelo visto do Vale do Cercado, perto de Lençóis
Quem começa a estudar a Chapada Diamantina logo se dá conta de que...
não vai dar conta. É difícil tirar férias longas o suficiente para
acomodar tantas cachoeiras, grutas, poços, riozinhos, trekkings e
cidadezinhas pitorescas numa viagem só.
Mas não se preocupe. Se a Chapada for o seu número, você vai voltar outras vezes.
Numa primeira incursão, escolha a base que proporcione as
experiências que mais se encaixam com o seu perfil, eventualmente
complementando com um ou dois pernoites numa segunda base, num ponto
oposto do parque.
Dispondo de uma semana (ou mais), você pode fazer um circuito com até três bases.
Se estiver de carro, é muito fácil rodar a Chapada por conta própria; você só vai precisar aderir a grupos nas trilhas.
Sem carro, e querendo ticar todo o "best of" numa semana, o melhor é
montar ou encaixar-se num dos pacotes "volta à Chapada" das agências de
ecoturismo, como
Venturas (que tem uma filial local),
Freeway,
Volta ao Parque,
Nas Alturas,
Fora da Trilha,
Terra Chapada e
Chapada Adventure. Assim você garante 100% de aproveitamento do seu tempo, sem perrengues logísticos.
Ainda não estive na parte mais ao sul da Chapada (região de Rio de Contas), por isso não está contemplada neste post.
Pantanal de Marimbus
Quando ir à Chapada Diamantina?
Não existe época desaconselhável para a Chapada. As chuvas de verão
(novembro a janeiro) podem enlamear as trilhas, mas deixam as cachoeiras
mais caudalosas. Entre março e maio, passadas as chuvas de verão, você
vai encontrar a Chapada mais verde; e entre maio e setembro,
dificilmente vai pegar alguma chuva. O meio do ano -- entre maio e
setembro -- é também a época em que, nos dias claros, as grutas Azul, do
Poço Azul e do Poço Encantado recebem a incidência de raios de sol que
deixam suas águas azuladas.
LENÇÓIS | Chapada Diamantina sem esforço
Igreja do Senhor dos Passos | Rua da Baderna | Serrano
Capital turística da Chapada, Lençóis é a base perfeita para quem
quer ver muito e se cansar pouco. O layout é de cidadezinha histórica
mineira, mas o astral é definitivamente baiano. Os 12 km que separam a
vila da BR 242 garantem a tranqüilidade do lugar: Lençóis não é ponto de
passagem. Todas as agências tem lojinhas próximas umas às outras,
abertas até a hora do jantar, o que facilita se encaixar nos passeios
para o dia seguinte. Nas férias a cidade costuma lotar; fora de
temporada, tem a animação na medida certa (é mais animada no dia de
chegada dos vôos e no dia seguinte, antes de parte dos recém-chegados
sair para outras bases).
Passeios a partir de Lençóis
Vista do alto do Morro do Pai Inácio
O cartão-postal da região -- a vista do
Morro do Pai Inácio, a 30 km pelo asfalto -- é o melhor programa para o dia da sua chegada, ao entardecer.
Acredite se quiser: um Morro do Pai Inácio esculpido pela natureza na Gruta da Torrinha
Outros passeios, de meio dia ou dia inteiro, conduzem a um elenco
superdiversificado de atrativos. A estrada em direção a Palmeiras leva a
grutas (a mais impressionante -- e que requer mais esforço físico -- é a
da
Torrinha; a mais light, a
Lapa Doce; a mais farofa, a da
Pratinha, onde dá para fazer flutuação) e ao rio
Mucugezinho, onde dá para tomar banho no Poço do Diabo e fazer tirolesa.
Na direção do aeroporto, uma estrada de terra leva a tesouros de inscrições rupestres (na
Serra das Paridas) e à
Cachoeira do Mosquito (1h de trilha para ir e outra para voltar).
Pegando a estrada para Mucugê visita-se os
poços Azul e Encantado (é possível passar em
Igatu antes de voltar).
Uma estradinha de terra leva ao povoado de Remanso, de onde você passeia de canoa pelo
Pantanal de Marimbus até a cachoeira do
Roncador.
Serra das Paridas e suas inscrições rupestres
Saindo a pé do centrinho (sem guia), depois de dez minutos ao longo do córrego você chega ao
Serrano, um ponto ótimo para tomar banho, em piscinas represadas nas pedras: é a prainha de Lençóis. De lá dá para continuar até o
Salão de Areias Coloridas.
Há também trilhas que levam a cachoeiras nos arredores da cidade;
basta sair com um guia. (Quem quiser ir ao Morro do Pai Inácio com
esforço também pode: dá para ir caminhando, numa trilha total de 15 km.)
Entre os passeios mais famosos, a base em Lençóis prejudica a
Cachoeira da Fumaça, no Vale do Capão (que deve ser iniciada o mais cedo
possível no dia, para pegar sol menos forte) e meio que invabiliza a
cachoeira do Buracão (que requer pernoite em Mucugê ou Igatu).
Onde ficar em Lençóis
Canto das Águas
No quesito hospedagem, Lençóis tem dois endereços especialíssimos: o hotel
Canto das Águas,
dos meus amigos Catan e Yasmin, que combina charme rústico com conforto
e serviço de hotel de luxo (em apartamentos de vários tamanhos, dos
compactos até uma suíte de lua de mel, com Jacuzzi para casal), e a
Estalagem do Alcino, uma autêntica
pousada de autor.
Estalagem do Alcino
Os dois lugares já põem você em modo
slow. O Canto das
Águas, por causa do som da correnteza do rio Lençóis (que passa ao
lado), da piscina irresistível debruçada no rio e também do bem-montado
spa. E a Estalagem do Alcino, pelo melhor café da manhã do Brasil, que
torna impossível levantar da mesa antes das 9h30 ou 10h... Outras boas
opções na cidade: o
Hotel de Lençóis (com boa estrutura, na parte alta da cidade) e as pousadas
Vila Serrano e
Casa da Geléia.
Onde comer em Lençóis
Gnocchi n'Os Artistas da Massa | Vista do Taquitos | Pad thai no Cozinha Aberta
Lençóis é também o vilarejo da Chapada que melhor trata você à mesa. O
padrão é alto, tipo Paraty ou Tiradentes. Restaurantes como
Azul (no Canto das Águas) e
Cozinha Aberta
servem cozinha contemporânea (e ainda revisitam receitas regionais com
leveza). A Rua da Baderna funciona como um corredor gastronômico; os
grandes destaques são dois restaurantes de chefs italianos,
Os Artistas da Massa e a
Pizzaria da Gente (onde você come no balcão, com a mão). Na transversal Rua das Pedras, a
Fazendinha & Tal tem
uma grande coleção de cachaças curtidas (a batida de coco é de fazer um
estoque e levar pra casa) e serve um elogiado filé alto (para duas
pessoas) quando encomendado com 24 horas. Fora do miolinho, o
Absolutu serve boas massas num ambiente chamoso. À beira-rio, o mexicano
Burritos y Taquitos Santa Fé não desaponta a gringaiada. Se estiver na cidade na hora do almoço, faça como todo mundo e aproveite o bom quilo d'
O Bode.
Complementando Lençóis
Se quiser ir à Cachoeira da Fumaça, é mais cômodo programar um
pernoite no Vale do Capão (você pode passar pelas grutas de Torrinha e
Pratinha na ida). Para ir à Cachoeira do Buracão, programe dois
pernoites em Mucugê ou Igatu (dá para rentabilizar os trajetos fazendo o
Pantanal de Marimbus na ida e os poços Encantado e Azul na volta).
Como chegar a Lençóis
A Azul
voa às quintas e domingos a Lençóis, a partir de Belo Horizonte (2h de
vôo) ou de Salvador (1h de vôo), em turboélices ATR 72. Passsageiros
vindos de São Paulo ou Rio têm conexões mais convenientes via BH. O
aeroporto de Lençóis está a 20 km da cidade; táxis cobram R$ 60 pelo
traslado.
De Salvador dá pouco mais de 400 km. A Real Expresso faz o trajeto em 7 horas (há ônibus noturno nas duas direções).
De Salvador a Lençóis, via Ipirá
De carro desde Salvador, o melhor caminho é via Ipirá. Saia pela BR
324 (totalmente duplicada) até o entroncamento com a BR 116,
imediatamente antes de Feira de Santana. Logo depois de pegar a BR 116
na direção sul, fique atento para a saída para a BA 052, que vai a
Ipirá.
Entre na BR 116, mas fique ligado na saída para a BA 052 a Ipirá
Em Ipirá, saia para a BA 488, que vai a Itaberaba. Em Itaberaba você
pega a BR 242 à direita (oeste). Este caminho permite que você evite o
trânsito pesado de caminhões tanto da BR 116 quanto de boa parte da BR
242 (por onde escoa a safra do Centro Oeste em direção ao Nordeste).
A cidade de Seabra, a 70 km, é o local de baldeação para quem vem de ônibus de Brasília (pela Real Expresso, 15 horas de viagem) e São Paulo (pela Emtram, 40 horas de viagem). De Seabra siga a Lençóis pela Real Expresso.
Bancos em Lençóis
Há uma agência do
Banco do Brasil e um correspondente bancário do
Bradesco.
(O Banco 24 Horas e o Itaú mais próximos estão em Itaberaba, a 130 km
pela BR 242.) Os estabelecimentos que não aceitam cartão costumam
aceitar cheques.
VALE DO PATI | Chapada Diamantina para andarilhos
Vai encarar?
Se Lençóis permite que a Chapada seja aproveitada até por sedentários
convictos, o Vale do Pati é o playground de quem quer desbravar o
coração da Chapada com as próprias pernas. A recompensa são panoramas
que só quem se embrenha pelos confins do parque poderá registrar.
Antes de se tornar parque, o vale foi uma região cafeeira e
posteriormente serviu como pasto para gado durante a estação seca. As
trilhas percorridas pelos visitantes são os caminhos assentados pelos
moradores ao longo de um século.
O que faz o trekking no Pati uma experiência única é a mistura de
paisagens estonteantes (encostas recobertas por mata atlântica em todas
as direções; riozinhos e cachoeiras a granel) com a cultura do lugar.
Você se hospeda nas casas dos patizeiros e experimenta a deliciosa e
farta cozinha da roça nas três refeições.
Um guia -- muitas vezes, nativo -- acompanhará você durante todo o
percurso. As agências de ecoturismo (listadas no início do post) e as
pousadas têm os contatos e as referências -- e resolvem toda a logística
(trânsfers e eventuais passeios combinados pré e pós-trekking, como a
Cachoeira da Fumaça e os poços Azul e Encantado).
Os roteiros mais completos levam 5 dias; começam no Capão (70 km de
Lençóis) e terminam em Andaraí (120 km de Lençóis). Há roteiros menos
puxados, de 3 ou 4 dias, com volta por Guiné (80 km de Lençóis),
evitando assim a subida final da Ladeira do Império (um trecho da
Estrada Real) até Andaraí. A cachoeira do
Funil, o mirante do
Cachoeirão (o mais impressionante da Chapada) e a subida (bastante puxada) ao
Morro do Castelo costumam estar presentes em todos os roteiros.
Alternativas ao trekking ao Vale do Pati
Para quem não tem tempo para (ou acha que não vai curtir) o trekking
completo, mas quer ao menos ter uma visão do Vale, a pedida é fazer a
caminhada Capão-Guiné, de sete horas, que leva até um mirante belíssimo (quem sabe você se anima para descer na próxima vez...).
Caminhada de Guiné ao Mirante da Rampa do Pati
Como eu estava de carro, a Venturas
me sugeriu (e organizou) uma caminhada mais enxuta, de quatro horas, de
Guiné ao (deslumbrante) Mirante da Rampa do Pati; eu vim de Mucugê
(minha base anterior, 45 km de terra), estacionei em Guiné (onde me
reuni ao guia), fiz a caminhada (com uma subida puxada, de 50 minutos),
voltei ao carro e segui ao Capão (38 km de terra), minha base seguinte.
Quem se dispuser a caminhar o dia inteiro (o percurso ida e volta pode levar 10 horas) pode fazer, com guia, a caminhada de
Guiné ao Cachoeirão.
Onde ficar em Guiné
Querendo começar (ou terminar) o trekking no vilarejo de Guiné, ou
ainda pernoitar para fazer a caminhada simplificada até a Rampa do
Mirante do Pati ou a caminhada ao Cachoeirão, fale com o
Edinho tel. 75/3338-7013), que tem uma pousada novinha no único casarão histórico da vila.
VALE DO CAPÃO | Chapada zuzobem
Vila do Capão
O nome oficial do distrito é Caeté-Açu -- mas todo mundo conhece como
Vale do Capão (ou simplesmente Capão). É o único dos destinos da
Chapada que não tem status de vilarejo histórico. A vila consiste
praticamente de uma rua e uma praça. As pousadas, porém, se espalham num
raio de 10 km, antes e depois do centrinho. O barato aqui está no
contato mais próximo possível com a natureza; por isso tantas pousadas
estão no meio do mato ou em pontos com vistas privilegiadas para as
montanhas. É, sem dúvida, o enclave mais ripongo da Chapada (Lençóis, na
comparação, fica totalmente coxinha).
O celular não pega, mas há bom wi-fi na região (a lanhouse da praça é
um dos points da vila; você pode comprar tempo e usar nas redondezas a
qualquer hora: o roteador fica ligado mesmo quando a lanhouse está
fechada).
Em julho acontece o bem-organizado
Festival de Jazz do Capão; as datas são confirmadas sempre em meados do primeiro semestre.
Passeios a partir do Vale do Capão
Mirante da Cachoeira da Fumaça | Riachinho
As agências do centrinho anunciam no quadro negro os trekkings que vão sair nos dias seguintes -- caminhadas que levam à
Cachoeira da Fumaça (uma das atrações top da Chapada, 5 horas de caminhada), ao
Poço da Angélica e à
Cachoeira da Purificação, ao
Poço do Gavião e à
Cachoeira do Rio Preto. O
Morro do Pai Inácio também é acessível por trilha (18 km).
A prainha do Capão é o
Riachinho, a 5 km na direção de Palmeiras. Você pode tomar sol nas pedras, aproveitar a cachoeira e a piscina naturalmente represada.
O Vale do Capão é também o ponto de partida para o
trekking do Vale do Pati (veja acima). Quem quer só ter um gostinho (e a vista do Vale) pode se encaixar numa
caminhada do Capão a Guiné (são 7 horas de trilha).
Na cidade, fique atento à programação do
Circo-Escola do Capão, que tem uma tenda na estradinha do centro para a Vila do Bomba.
Onde ficar no Vale do Capão
No centrinho, a
Pé no Mato está próxima aos restaurantes e à praça (a espartana
O Tatu Feliz é a alternativa central mais econômica). A
Vila Esperança está a menos de 10 minutos de caminhada (com uma subidinha).
Pousada do Capão | Villa Lagoa das Cores
A menos de 10 minutos de carro na direção da mata, a
Pousada do Capão
combina proximidade na natureza com uma vista belíssima para as
montanhas; um riozinho corre nos fundos do terreno, servindo de piscina.
As acomodações vão do básico (os compactos apartamentos "standard") ao
luxuoso (chalés espaçosos para até 4 pessoas), com várias opções
intermediárias de bom custo x benefício. Mais embrenhada na mata, a
Pousada Candombá tem
quartos privativos e coletivos e está bem localizada para iniciar
caminhadas. Quem busca uma pousada fofa-romântica-careta vai gostar da
Villa Lagoa das Cores, 3 km antes da cidade. A vista é linda; há uma boa piscina e um pequeno spa.
Onde comer no Vale do Capão
Pizzaria Capão Grande
Ninguém sai do Capão sem ir ao menos uma vez à
Pizzaria Capão Grande,
que não tem placa na porta (fica na lateral da igreja) e serve apenas
duas pizzas, de massa integral: uma salgada (vegetariana, com queijo e
legumes) e outra doce (de banana), que devem ser acompanhadas pela
deliciosa pimenta curtida no mel (feita lá mesmo). Eu comi superbem
também em outro restaurante natureba, a
Vovó Lina (no início da estradinha para a vila do Bomba), tocado por um casal superjovem de argentinos (comida baratíssima, com pratos novos diariamente). Na praça, o
Raio da Lua é de uma italiana que prepara massas ótimas (e vegetarianas); recomendo o spaghetti integral ao pesto. Ainda no centrinho, a
Dona Beli serve
comida caseira regional (experimente o godó de banana, um ensopado de
carne com banana verde). Para jantar com requintes urbanos, reserve o
Arômata, na Villa Lagoa das Cores, o
Candeia, na Pousada do Capão, ou a
Casa das Fadas, que tem linda vista do salão e da varanda.
Como chegar ao Vale do Capão
O Vale do Capão está a 70 km de Lençóis -- e a 74 km do aeroporto. A
corrida de táxi é negociada; os taxistas costumam pedir R$ 2 por km (ou
R$ 150).
Os ônibus da Rápido Federal/Real Expresso que vão a Lençóis seguem até
Palmeiras,
a 18 km do Capão. Lá há vans que fazem o trajeto ao Vale do Capão,
coordenado com a chegada dos ônibus. Você também pode contratar esse
trânsfer com a sua pousada.
Vindo de carro de Salvador (450 km), siga as instruções dadas mais acima, no capítulo Lençóis, para vir por Ipirá.
Quem quiser vir de ônibus de Brasília (Real Expresso) ou São Paulo (Emtram) deve comprar passagem até
Seabra (39 km de Palmeiras) e seguir de ônibus local a Palmeiras e então van.
Bancos no Vale do Capão
Não há agências no Vale do Capão, mas agora há um mercadinho na vila
que permite saques do Bradesco. A agência copleta mais próxima é a do
Bradesco de Palmeiras. Seabra (57 km) tem Bradesco, Banco do Brasil e
Caixa Econômica Federal. Itaberaba (183 km) tem agência Itaú. Os
estabelecimentos que não aceitam cartão normalmente aceitam cheques.
IGATU | Chapada descolex
Igatu
Xique-Xique de Igatu é o vilarejo perdido da Chapada. Um caminho de
pedras, resquício do tramo da Estrada Real que ligava a Chapada
Diamantina a Ouro Preto, leva à mais fotogênica das cidadezinhas do
circuito -- e a única que está dentro dos limites do parque nacional.
Seus muros e casas de pedras (algumas restauradas, outras em ruínas) lhe
renderam o apelido "Machu Picchu da Chapada" -- mas eu juro que achei
alguns ângulos muito parecidos com cidades de pedra da Provence, como
Gordes...
Galeria Arte & Café
Há um largo, uma praça e então uma subida que leva às ruínas das casas dos garimpeiros. A vila termina na
Galeria Arte & Memória (R$ 2), um museu a céu aberto que exibe artefatos e imagens da época da mineração. De lá você pode descer até a singela
Igreja de São Benedito, de onde basta seguir reto para voltar ao centrinho.
Igatu
Fora de temporada Igatu é bem paradinha. Em janeiro, julho e no Carnaval, porém, é um ímã de descolados.
Passeios a partir de Igatu
Poço Encantado | Poço Azul
A cidadezinha é uma boa base para ir, de carro, aos poços
Encantado (30 km; R$ 15; chegue antes das 11h) e
Azul (40 km de Igatu, 25 km do Poço Encantado; R$ 20; chegue entre 12h30 e 15h). Mucugê, com seu
Museu do Garimpo e seu
Cemitério Bizantino, está a 22 km. A sede do município,
Andaraí, tem um bonito centro histórico (e a ótima sorveteria
Apollo), a 15 km.
Andaraí
Igatu é um bom ponto final para um passeio de canoa pelo
Pantanal de Marimbus. Saindo
de Lençóis você é deixado no povoado de Remanso, a 18 km, onde começa a
travessia em canoa, com dois canoeiros, por uma área alagada com rica
vegetação. Depois de duas horas de passeio você é buscado num ponto a 5
km de Andaraí (20 km de Igatu). O passeio também pode continuar até a
Cachoeira do Roncador.
A cachoeira mais gostosa da Chapada, o
Buracão (leia mais no tópico de Mucugê), está a 110 km (últimos 28 km, de terra).
A pé, chega-se à
Rampa do Caim (belo mirante para o Vale do Pati, 2 horas de caminhada/ida), às cachoeiras do
Córrego do Meio (20 minutos/ida),
Califórnia (1 hora/ida), e ao circuito
3 Barras-Biquinho-Cristais (2 horas e meia/ida).
O
Garimpo do Brejo, uma mina de diamantes desativada, aberta a visitação, está colada à cidade (R$ 5).
Onde ficar em Igatu
Pedras de Igatu | Art Cristal
A pousada mais bem estruturada é a
Pedras de Igatu -- mas fora das férias, só abre quando há grupos. Bem na praça central, o
Art Hotel Cristal de Igatu tem um simpático bar-pizzaria anexo. A
Hospedagem Flor de Açucena , na entrada da cidade, é mais integrada à natureza.
Andaraí, a 15 km, também tem pousadas, como a
Sincorá e o
Hostel Donanna (que tem quartos coletivos e privativos, com banheiro compartilhado) e a
Pousada Andaraí.
Onde comer em Igatu
Carne acebolada no Xique-Xique | Água Boa do Neo e seu godó
Você encontra ótima comida regional no
Restaurante do Neo/Água Boa e também no
Xique-Xique. A pousada
Cristal de Igatu tem chope e pizza. Os bares da praça têm boas cachaças curtidas.
Como chegar em Igatu
Igatu está a 100 km do aeroporto de Lençóis; os taxistas costumam
cobrar R$ 2 por km, o que daria R$ 200. Desde o centrinho de Lençóis,
são 120 km.
A
Águia Branca faz a rota de ônibus de Salvador até Andaraí (15 km), num trajeto de 7 horas.
Vindo de carro de Salvador, são 460 km; o melhor caminho é via Ipirá (veja no tópico Lençóis).
Bancos em Igatu
Os bancos mais próximos são o Bradesco em Andaraí (25 km) e o Banco do Brasil em Mucugê (22 km).
Mucugê | Chapada do sossego
Mucugê
Na ponta sul do circuito básico da volta ao parque, Mucugê é uma
cidade de três ruas que se mantém preservada graças ao fato da estrada
passar por fora, contornando a vila.
Aqui fica a atração mais insólita da Chapada, o curioso
Cemitério Bizantino (nome oficial: Cemitério Santa Isabel), construído durante o ciclo do diamante, que parece uma cidade miniatura só de igrejinhas.
Passeios a partir de Mucugê
Buracão
Mucugê é a melhor base para ir à
Cachoeira do Buracão,
a 98 km. O asfalto vai até a cidade de Ibicoara (70 km); lá, é preciso
contratar um guia da associação local (R$ 50 para uma pessoa, R$ 70 para
duas, R$ 90 para três) e rodar mais 28 km em estrada de chão. O
ingresso custa R$ 3. Você caminha uma hora até chegar a um poço, onde
precisa vestir colete salva-vidas. Então começa a parte mágica do
passeio: flutuar por um desfiladeiro inundado, que desemboca numa
cachoeira de 90 metros de queda. Na minha opinião, é o passeio mais
bonito e emocionante da Chapada; não deixe de fazer.
Museu Vivo do Garimpo
5 km antes de chegar em Mucugê (vindo de Andaraí/Igatu), o
Museu Vivo do Garimpo funciona como uma aula sobre o ciclo do diamante na Chapada.
O vilarejo sui-generis de
Igatu está a 25 km.
Dá para rentabilizar o caminho desde/para Lençóis visitando os poços
Encantado (38 km; R$ 15; chegue antes das 11h) e
Azul (60 km de Mucugê, 25 km do Poço Encantado; R$ 20; vá entre 12h30 e 15h).
Há várias trilhas a cachoeiras para escolher. A mais procurada é a
Três Barras e Cristais (2h30/ida). Trilhas mais fáceis levam às cachoeiras dos
Funis (5 km),
Sibéria (5 km) e
Tiburtino (menos de 2 km). Há pontos de banho no
Rio Paraguaçu aonde se chega de carro ou a pé.
Mucugê também pode ser o ponto de saída para
trilhas de um dia pelo Vale do Pati a partir de Guiné.
Eu fui de carro até Guiné (45 km de terra), onde me juntei ao guia e
fiz a caminhada até o Mirante da Rampa do Pati (4 horas para ir e
voltar). De lá continuei ao Vale do Capão (38 km de terra).
Onde ficar em Mucugê
Monte Azul | Refúgio da Serra
De frente para o Cemitério Bizantino, a pousada
Monte Azul tem quartos aconchegantes e uma eficiência germânica no serviço. O café da manhã é delicioso.
Perto da igreja, a
Refúgio da Serra chalés caprichados dispostos em torno de um bem-cuidado jardim; o restaurante é o melhor da cidade.
Caso as duas estejam lotadas, considere a
Pousada Mucugê, que tem quartos bastante básicos e a única piscina do centrinho.
Onde comer em Mucugê
Cascalho | Pizzaria da Garagem
O restaurante
Cascalho, na pousada Refúgio da Serra, tem cardápio cosmopolita. A boa
Pizzaria da Garagem
(fora de temporada, aberta de sexta a domingo) tem pizzas de massa fina
para comer com a mão. Para experimentar comida regional, almoce na
Dona Nena. O
Point da Chapada serve pizzas na pracinha do agito local. O
Sabor & Arte tem buffet por peso no almoço e no jantar. Compre doces na
Vovó Ilza e mate saudade de café expresso no
Piriquita Café.
Como chegar em Mucugê
Mucugê está a 125 km do aeroporto de Lençóis; os taxistas costumam
cobrar R$ 2 por km, o que daria R$ 250. Desde o centrinho de Lençóis,
são 145 km.
A
Águia Branca faz a rota de ônibus de Salvador até Mucugê, num trajeto de 8 horas.
Vindo de carro de Salvador, são 475 km; o melhor caminho é via Ipirá (veja no tópico Lençóis).
Além da BR 142, que liga Mucugê à BR 242 pelo lado leste do parque
nacional, há também uma outra estrada, que sobe pelo lado oeste até
Palmeiras. Esta estrada é de terra mas é transitável por carro comum na
época seca (abril a setembro). São 70 km até Palmeiras (passando por
Guiné, 45 km); de lá pode-se continuar ao Vale do Capão (mais 18 km).
Bancos em Mucugê
Mucugê tem uma agência do Banco do Brasil.
Morro do Camelo, entre Lençóis e Palmeiras
E você? Que dicas e impressões tem para compartilhar da Chapada Diamantina?
Conta pra gente na caixa de comentários! Obrigado!
A viagem à Chapada Diamantina contou com apoio local do Hotel
Canto das Águas, da Venturas, da Estalagem Alcino, da Pousada Monte Azul
e da Pousada do Capão.